Serra do Corvo Branco

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

PEDAL NO CAMINHO DAS MISSÕES
















Ola Galera
Segue o relato de um cicloturismo feito pelo César Augusto R. Oliveira e Miguel Quevedo.

PEDAL NO CAMINHO DAS MISSÕES
De 3 a 6 de fevereiro, eu (César) e Miguel estivemos em parte da Região Missioneira do RS (são 7 reduções no estado e outras 23 no Paraguai e Argentina) para fazermos uma pedalada de 180 km, partindo de São Nicolau com chegada em Santo Ângelo frente à Igreja Ângelometropolitana, reconstrução fiel da redução de São Miguel. A organização do passeio esteve a cargo da agência de turismo www.caminhodasmissoes.com.br de Santo Ângelo, nas pessoas do Romaldo (merecidamente em férias) e do Cláudio, o qual muito bem nos recebeu dando todas as orientações e fazendo as reservas nos hotéis e pousadas nas quais ficaríamos, e nos aguardando na praça na hora da chegada no domingo. Recomendamos esta agência a quem quiser fazer o caminho tanto a pé como de bicicleta.
É muita coisa para dizer do caminho (detalhes podem ser vistos no site dos organizadores), mas o povo é simpático, está acostumado a receber os peregrinos - embora estranhassem a dupla de bike – e os moradores apoiam fornecendo água, pernoite e alimentação ao longo do percurso.
Fomos de automóvel até Santo Ângelo, onde o deixamos bem guardado, daí, de bikes embaladas em papelão pegamos o primeiro ônibus até o município de São Luis Gonzaga, ar condicionado, leito, uma maravilha. De S.L. Gonzaga até São Nicolau, só faltaram as galinhas nos bagageiros; um ônibus menor e carregado de ranchos e compras onde mal sobrou um espaço para as bikes, no máximo quatro ciclistas conseguiriam lugar, se houvesse mais, não teria nem outro horário de ônibus. Na chegada, uma pousada simples mas bem limpa foi o local do nosso pernoite. À noite há opções de jantar (um restaurante) e lanches, umas três lancherias, mas que fecham cedo.
No outro dia, o pedal até São Luis Gonzaga teve aproximadamente 50km, estradas empedradas e depois um longo trecho entre lavouras de soja, terra vermelha, um tapete para pedalar.... quando não chove. Em dias de chuva vira um atoleiro de um barro grudento que se apega ao quadro e tranca as rodas, é preciso levar um pedaço de pau junto para ir retirando o excedente para poder seguir. Mas embora chovesse de todos os lados, fomos poupados. Pegamos um sol forte até às 14h30min e depois tempo nublado e abafado, uns 13km de estrada recém patrolada com muita poeira e pedras soltas, e no final, últimos 300m, o barro da chuva que estava à nossa frente. Paramos meia hora em um posto para aliviarmos as bikes. À noite em São Luis Gonzaga, há várias possibilidades de refeição, então fomos a um restaurante a duas quadras do hotel e compensamos as rações e suprimentos diurnos.
No dia seguinte, sempre sem pressa, nos deslocamos até o município de São Miguel, distante aproximadamente a 50km. Logo no início passamos do ponto de entrada de uma estrada na saída da cidade, fizemos 2km a mais para retomarmos o rumo. O bom destes passeios é não saber para que lado se vai. Depois o problema começou quando entramos em uma estrada de chão batido, em meio a lavouras de soja. Não pegamos chuva, mas o que sobrou dos 70mm do dia anterior deixou muito barro e foi o grande obstáculo. Com as rodas travando com o acúmulo do barro, nos obrigávamos a parar, limpar e empurrar até sair do atoleiro. Resultado: a chegada prevista às 16h00min nas ruínas de São Miguel ocorreu às 19h30min, somando-se a isto um pneu furado na chegada da cidade e embaixo de muita chuva. Acabamos perdendo a visitação e o show Som e Luz, tradicional. A pousada é altamente recomendável, limpa, agradável e com restaurante próprio, jantamos por ali mesmo. Neste dia visitamos também a redução de São Lourenço, a 300m da estrada pela qual passávamos.
No terceiro dia, ensolarado, o maior percurso: aproximadamente 80km até Santo Ângelo. O roteiro que os organizadores dão é muito eficiente, eventual saída de itinerário se recupera rapidamente. Como havia chovido no dia anterior, a preocupação era se haveria muito barro pela frente, mas iniciamos com uma estrada empedrada e de boa qualidade, mais adiante, no meio das lavouras, tudo seco, não havia chovido para aqueles lados. O único contratempo foi um furo de pneu na bike do Miguel, o qual no dia anterior, enquanto ajudava a consertar o da minha, garganteava dizendo nunca ter furado algum na estrada.... Eu sabia que mais dia menos dia iria acontecer de furar, mas não precisava ser no dia seguinte e comigo. Passamos também por uma pedreira, de onde eram retiradas as pedras para a redução de São Miguel e também pela redução de São João Batista. Ficamos intrigados, pois a extração estava há uns 20km de distância de São Miguel, todas as pedras foram transportadas para lá.
É muita coisa para relatar, algumas das fotos anexadas dão ideia do que foi o passeio, mas dá para recomendar a quem quizer fazê-lo. A hospitalidade do povo é muito boa, em qualquer propriedade fornecem água, é só pedir. A agência de turismo dá uma lista de alguns moradores do caminho com seus telefones para o caso se necessitar de alguma ajuda, e ainda o percurso é coberto com assistência médica da Unimed. Pernoita-se nas três cidades, então mercado, farmácia, restaurantes, ficam bastante acessíveis.
Como tratou-se de cicloturismo, na ida paramos no município de Panambí, onde às margens da BR 285 está o maior museu militar do Brasil, onde conversamos com o proprietário, meu amigo de longa data Seferson Stteindorff o qual nos franqueou a visitação. Vale a pena tirar uma hora da viagem para isto, e agora ele está com um Boeing 737 totalmente recuperado instalado no local, onde funcionará em seu interior uma biblioteca e um cinema, aberto ao público. A previsão de início das atividades é no final do semestre, lá pelo próximo mês de julho.










Um comentário:

  1. Fantástico, extraordinário e superação!
    Parabéns meus amigos, vocês foram ótimos! E que relato.
    Com esse relato vou agendar para março minha ida às Missões.
    Abraços e mais uma vez meus parabéns pioneiros!!!
    Lorenzini

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