Antes de colocar o Diario de Viagem da Dani, o qual desde já agradeço muito pela gentileza de ceder o Diario para o blog, adorei o conteudo, ficou muito agradavel de ler , num estilo bem pessoal. Quero agradecer também a todos pela agradavel compania, ao Rudi por ter levado e trazido minha bike, ao César pela carona, Guilherme, César, Rudi pelas fotos, pois as fotos aqui postadas são um mix das fotos tiradas pelo pessoal que agradeci acima.
Bom vamos ao Diario e boa leitura.
Gostaria de esclarecer que a formatação feita pela Dani no Word , não fica igual aqui, o que é uma pena, pois os negritos, letras italicas , negritos e etc, não puderam ser transportadas para o blog.
Circuito Vale Europeu
Diário - Daniela Bertol
13 a 20 de fevereiro de 2010
13/02/2010 – Sábado (Timbó)
Rumo à aventura do “Vale Europeu”, de sete dias pedalando, um grupo de onze pessoas: eu e o Guilherme, a Rita e o Rudi, o Xyco, o César, a Solange, o Isac e a Raquel, o Dudi e a Aline; além de nós alguns foram um dia antes com grupo de apoio, incluindo o Lorezini e o Stacia. Nós (eu e o Guilherme) saímos de Passo Fundo de carro, com as magrelas desmontadas dentro dele, às 6 horas da matina (muito cedo), estrada bastante movimentada, chegamos ao destino e ponto de partida, Timbó-SC, às 13 horas.
A Rita e o Rudi já estavam no hotel (Timbó Park Hotel) e fomos almoçar num restaurante muito bom e bonito, chamado Tapyoca, estilo Enxaimel ao lado de uma ponte. Lá fizemos a inscrição para o Circuito Vale Europeu e no outro dia fizemos a inscrição para o Velotur, este ocorre uma vez por ano e no Carnaval e é organizado por um pessoal que vem de São Paulo já há alguns anos. Os dois são o mesmo trajeto, porém o Velotur tem PCs para carimbar um passaporte onde também fornecem água e frutas aos participantes.
O hotel de hoje é bom, tem até piscina, mas hoje não usufruímos dela. No final da tarde fomos “os sete” (eu e o Guilherme, a Rita e o Rudi, a Solange, o Xyco e o César) dar uma volta de bike pela cidade, apenas 8 km, tiramos fotos e depois tomamos chopp e suco (o último, somente eu).
De noite, voltamos ao Tapyoca para jantar. Eu e o Guilherme maneiramos, apenas um lanche, mas a galera foi mais “violenta” no cardápio, com comida alemã incluindo linguiça e carne de porco; comida italiana com polenta, fortaia e salame; além do clássico “A la minuta”. Tem foto e tudo para provar!
14/02/2010 – Domingo (Timbó – Pomerode)
O despertador anunciou 6:45h (da madrugada!), resistimos por 5 minutos, levantamos e começaram os preparativos para o início da grande viagem de bike. Café da manhã muito bom e reforçado no hotel, carregar as bikes, fechar a conta e guardar algumas coisas no carro. Saímos do hotel (“os sete”) às 8:45h, fomos fazer a inscrição do Velotur no Tapyoca e partimos rumo a Pomerode.
Foi um passeio muito bonito, belas paisagens, cultura típica da região e muita natureza. Havia bastantes plantações de arroz e de banana no caminho, dando uma paisagem diferente da nossa (PF-RS) e bem colorida aos olhos. Outra demonstração da natureza, que tenho que registrar foi uma cena que vimos e fotografamos, uma ave com uma rã na boca!
Perto do meio dia, paramos numa ponte de madeira coberta, e entramos (todos) no rio sob ela. Tinha uma pequena cachoeira que funcionou como massagem para as costas e pescoço. Ali o pessoal descansou por algumas horas aliviando-se do calor intenso deste dia.
O trajeto de hotel a hotel (Timbó Park Hotel – Max pousada) deu 53 Km, minha média foi de 13,4 Km/h, andamos bem na “manha” e quase todo o trajeto “os sete” juntos. Somente da subida mais íngrime de hoje até o final que o grupo dividiu um pouco. Nesta subida, interminável, mas que achei muito “tri” parecia cena de filme, ia subindo um morro bastante íngreme, cheio de curvas. E, detalhe, estava um sol de rachar, um dos participantes que tinha GPS disse que marcou uma máxima de 46°C em um determinado trecho. Mas, fiquei feliz por ter vencido a primeira “subidona” sem empurrar à magrela, parei umas duas vezes no meio para o coração sair da zona de esfoço máximo, ou seja, querer sair pela boca. Apesar de que, em alguns momentos da subida, eu estava tão devagar que o odômetro marcava velocidade zero comigo “pedalando” (...). hehehe!
Para compensar tanto esforço encontramos (eu, Guilherme, Rita e Rudi) um bar na descida, um bar de alemão, onde todos falavam alemão e quase que o Guilherme não consegue se fazer entender para comprar uma coca-cola.
Na chegada na cidade de Pomerode (após 45 Km), a cidade considerada a mais alemã do país, o pessoal do pedal estava numa sorveteria/bar, onde paramos e abastecemos com cerveja, água e um sorvete maravilhoso!
Ah! Hoje eu tive alguns problemas referente a carga que levei na bike, mal ajustada, o que fez várias coisas caírem pelo caminho, tendo que parar e ajustá-las (...). Mas, amanhã vou me preparar melhor, acontecimentos de “marinheiros de primeira viagem”.
Ao chegar à pousada (Max), suada e precisando de um bom banho, às 16 horas, todas as nossas coisas estavam fervendo, sério! Inclusive meu protetor solar, especial para o rosto, derreteu, ficou líquido. E pior, acho que não fechei direito e vazou quase tudo dando uma meleca das grandes, mas que nada faz parte dos acontecimentos!
A Pousada Max, não é luxuosa, mas é aconchegante. Ficamos em um quarto bom, com sacadinha e tudo. Lavamos as roupas (podres) no quarto, usando um balde que a funcionária da pousada nos emprestou.
No final da tarde, enquanto descasávamos na pousada, deu uma chuva forte.
De noite, fomos (“os sete”), jantar num restaurante e lá estavam os organizadores de outro passeio de cicloturismo, chamado Circuito Costa Verde & Mar, que explicaram o circuito. Há planos de fazermos no próximo ano ou este ano mesmo.
15/02/2010 – Segunda-feira (Pomerode - Indaial)
Como dormimos cedo ontem (22:30h), acordamos cedo (6:30h) e sem despertador, mas arruma daqui e dali, conseguimos sair do hotel quase 9:30h. Hoje, todo o grupo (“os treze”).
Já na saída, erramos o local da partida do dia, o que atribuo à má orientação do livro de bordo.
Particularmente, gostei mais de ontem do que de hoje. Tinha um sol de rachar o crânio, sensação de que eu ía derreter. Suei por todos os poros do meu corpo, como nunca antes. Na verdade, não curto pedalar no sol do meio-dia, mas como é a desisão do grupo, eu aceito! Mas, a parte boa de acabar o percursso antes, é chegar sossegado, com tempo e escapar das chuvas, comuns nesta região no final da tarde, devido à combinação de calor e humidade durante o dia que carregam as nuvens de água.
A minha média hoje foi um pouco mais baixa, 12,4 Km/h, percurso de 41 Km, mas a distância realizada foi maior, porque erramos no início.
Os acontecimentos que me marcaram no caminho de hoje, foi o ronco do bugio que ouvimos no caminho e vimos dois deles. Eu nunca tinha visto e ouvido! Outro fato que ocorreu, foi um caminhão cheio de pedras numa subida, que simplesmente, bem na nossa frente, parou e largou uma caçamba inteira de pedras, impedindo nossa passagem por um tempo... Ficamos “de cara”, mas refletindo concluí que o cara estava simplesmente fazendo o trabalho dele. Ah! E tiveram também as goiabas da Rita, um desejo incontrolável, mas que todos gostaram de comer quando ela e o Rudi paravam para apanhar algumas no caminho.
Chegamos a Indaial às 15 horas, no PC numa loja de bicicletas (no caso, bicicletaria).
Neste ponto, surgiu uma dúvida no grupo sobre o hotel, o Fink (apelidado pelos guris de “fincasso”), pois os boatos eram de banheiro coletivo e talz. Nós (eu e o Guilherme), como já havíamos pagado a metade, optamos em ir ao Fink e ver qual era, o que saiu melhor que a encomenda – quarto com banheiro privativo, sem ar condicionado, mas um lugar legal, o pessoal bem disposto a atender e ajudar. Logo depois, chegaram a Rita e o Rudi para ficar neste hotel, eles ficaram num quarto separado, uma “casinha”, que segundo o Rudi era a casinha dos cachorros, e quando entraram no quarto um gato saiu correndo debaixo da cama.
Lavei nossas roupas na “lavação” do hotel, com direito a centrífuga, escova e sabão. Mas, era um lugar macabro, com direito a baratas... Depois, estendemos num varal imporvisado no quarto, instalado pelo Guilherme, que recebia vento do ventilador.
Por volta das 18 horas, iniciou um temporal que ocasionou a falta de energia elétrica no hotel até a hora da janta. Ah! e a janta do Fink, a melhor de todas até agora, comida caseira, incluindo carne de panela, massa caseira e feijoada.
A torcida é para que a chuva pare até amanhã de manhã, pois o trajeto será longo, difícil e com cachoeiras para apreciar.
16/02/2010 – Terça-feira (Indaial – Rodeio - Zinco)
Hoje iniciamos a chamama PARTE ALTA. Então, como o percursso era longo, acordamos cedo (6:15h). Estava chuviscando. Arrumamos tudo para depois tomar café, porque só foi servido a partir das 7 horas.
O trio – Chico, César e Solange – que estavam em outro hotel, foram até o nosso hotel (Fink) onde era o PC inicial. Na verdade, eles atrasaram, mas como eu perdi meus óculos e tive que voltar até o hotel para procurá-los, me encontrei com eles (e não os óculos) e nos reunimos (os “sete”) para a pedalada de hoje.
O trajeto de hoje, por enquando, foi o mais pesado. Duas grandes subidas em seus 57 km de percurso. Sobre as subidas, cabe comentar que a primeira era na localidade de Ipiranga e tinha mais de 8 Km ininterruptos evolto em curvas, o que dava uma esperança a cada curva que ía terminar de subir..o que demorou muito para acontecer, não controlei, mas acho que deu uma hora e meia ou mais subindo. A segunda subida, era a mais íngrime, 2 a 3 Km de subida, com 500 metros muito íngrimes. Nesta, dos seis do grupo (“os sete” menos a Solange), quem conseguiu subir tudo sem empurrar a magrela fomos: eu, o Guilherme e o Rudi (sendo que, os guris tinham 10 quilos ou mais de bagagem!).
De TANTO subir, a média diminuiu, fiz 10,6 Km/h.
A “mãe natureza” com certeza abençoou os ciclistas do Vale Europeu hoje, que apesar de nos dar um tempo feio no amanhecer, manteve o dia nublado com garoas esporádicas, o que deixou a temperatura bastante amena para encarar este trajeto mais longo e de muitas subidas.
No passeio de hoje, passamos por uma vinícula, chamada San Michele (Pronvicia di Trento), onde havia degustação de vinhos, mas o nosso grupo (“os seis”) preferiu não arriscar, pois ainda tínhamos aquelas duas subidas pela frente.
No Zinco, havia a Cascata do Zinco de “premiação”. A galera entrou na água, mas eu não tive coragem, pois a água estava muito gelada.
Na chegada na fazendo do Zinco, fomos recepcionados com pão de queijo, linguiça e café com leite por um senhor muito simpático, o Sr.Egon.
Ficamos (“os sete”) instalados numa casa muito aconchegante, estilo fazenda. A paisagem da fazenda é lindíssima, com campos, casinhas antigas, cavalos, riachos. Ah! E não posso deixar de escrever sobre o cachorro do Sr.Egon, um dálmata misturado, ele andava com o Sr.Egon para cima e para baixo na caçamba da caminhonete, impressionante o “sistema de travas” desenvolvida por ele para se manter em pé, ainda mais que o motorista andava como se estivesse num rally.
E de noite, jantamos no mesmo restaurante da recepção da chegada. Depois o pessoal que ficou na pousada da fazenda, os “chiques”, incluindo o Dudi, o Isac e suas respectivas esposas, foram até o restaurante também, reunindo todos os “pedalantes”. Elas já terminaram o passeio, pois fizeram somente a parte baixa que são três dias. Aliás, vou protestar, que elas ficaram de banda com o organizador dos PCs hoje (o Alexandre) e atrasou nossa comida no PC... hehehhehe!!
17/02/2010 – Quarta-feira (Zinco – Dr.Pedrinho)
Hoje era dia de pedal leve. Meu total deu 35 Km, mais descida do que subida, minha média 12,9 Km/h. Por isso, saímos mais tarde, quase meio dia.
Ao acordarmos hoje, às 8 horas, estava chovendo. Fomos ao restaurante do Zinco tomar um cafezão da manhã, tinha pão de batata, pão de mandioca, melados e até linguiça.
Hoje fomos (“os seis” mais o Dudi e o Isac – a Solange foi com outro grupo) num ótimo pedal, cada vez a paisagem ficava mais bonita. Passamos por uma igreja no estilo enxaimel, muitas pontes, rios, córregos.
A chuva fez a estrada ficar mais lisa, em particular nas subidas.
Almoçamos no Bar da Lucy, numa rodovia, era um PC com frutas, água e cuca liberadas! Nós tomamos também suco de açaí, e vários ciclistas comeram “x” bacon. Depois tivemos que dar um tempo na sombra antes de continuar o pedal.
Chegamos (eu e o Guilherme) na Bella Pousada, que faz juz ao nome, às 16 horas. A pousada, para mim até agora, foi o melhor lugar em termos de beleza, além de ser aconchegante. Fica no alto de um morro com vista para a cidade e muitas plantações de arroz.
Na chegada fomos direto lavar as bikes que estavam podres, foi o que todos fizeram. Imaginem a confusão e até a indignação de alguns pela demora de outros. Ah! Até deram no início uma água podre, reaproveitável para lavar as magrelas, mas a galera não aguentou o fedor e partiu para a torneira do tanque...depois, faltou água no meio do banho de algumas pessoas, disseram que acabou a água da caixa e que a bomba ainda não tinha conseguido bombear mais águar para reabastecer (...). Mas, no fim deu tudo certo e as bikes dormiram amontoadas numa garagem. Sim, porque hoje todos os ciclistas estavam nesta pousada. Pela minha observação, restaram dos mais de 50 que iniciaram o passeio (parte baixa) uns 35 ou 40 ciclistas.
Colocamos a roupa, ainda úmida, do dia anterior para secar no varal que improvisamos denovo no quarto, e só lavamos as meias hoje. Pois está chovendo e friozinho.
De noite, a pousada nos ofereceu uma janta com massa, polenta, batata doce, carne, salada; e de diferente, para a entrada tinha caldo de peixe e no final sobremesa ( de chocolate, de banana e um creme branco), muito saboroso e energético.
Recolhemo-nos cedo, pois amanhã volta a batalha, percurso mais puxado com muitos atrativos no caminho, ou seja, teremos que sair cedo porque o passeio promete ser longo.
18/02/2010 – Quinta-feira (Dr.Pedrinho – Alto Cedros)
Acordamos cedo (denovo), às 6:30h, com uma garoa fina e um friozinho (...). O café da manhã na Bella Pousada foi bom, mas com menor variedade comparada aos outros hotéis e pousadas; além do que, não nos deixaram pegar “lanche” para o almoço do passeio...
Hoje o nosso grupo dividiu mais ainda, eu saí com o primeiro pelotão composto por mim, Guilherme, Rita e Rudi; depois vieram o César e o Xyco; mais tarde o Isac e o Dudi; a Solange, por fim, acompanhada por algumas parcerias novas.
O pedal de hoje foi acompanhado o tempo todo por uma garoa que mudava de intensidade, conseguindo molhar a todos e “melecar” as bikes. Isto porque, a estrada apesar de mudar várias vezes o tipo de solo, teve muita lama, mas uma lama diferente da nossa (do RS), era tipo uma argila, não grudava exatamente, mas deixava a bike como se estivesse freiada.
O caminho alternava pequenas subidas e descidas nos seus 40 Km de extensão, mas achei pesado pela chuva e também pelo friozinho. Ah! Abandonei minha capa de chuva no caminho, entreguei para um dos organizadores num dos PCs, começou a aquecer dentro da capa com o esforço físico me fazendo suar, ou seja, molhava também.
No percurso tivemos que atravessar dois rios rasos, molhando, ou melhor, encharcando totalmente os tênis já semi-molhados. Então, aproveitei a oportunidade para dar uma lavada na bike.
Também tiveram coisas boas. Visitamos (“os quatro”) a cachoeira Véu de Noiva, deixamos as bikes no início da trilha e caminhamos 1 Km até chegar lá, mas valeu a pena! E comentamos, imagina fazer algo parecido em Passo Fundo, deixar as bicicletas cheias de bagagens sozinhas quase uma hora na entrada de uma trilha...
Ah! Ouvimos durante quase todo o trajeto o som de um bicho na mata, semelhante a ferro atritando, perguntamos para dois ciclistas de Timbó que pedalaram um tempo conosco hoje e nos disseram que era o canto da ave Araponga, bicho comum nesta região.
Bom, hoje foi o primeiro dia que eu não via a hora de chegar no hotel, estava molhada, com frio e com fome. Ainda bem que chegamos cedo, às 14 horas. Lavamos as bikes, os tênis, as capas das bagagens, TUDO estava sujo!
E o hotel, TOP DE LINHA! É o mais lindo e rústico que eu já conheci, nem sei como descrever. Chama-se Lindner Hof, faz aproximadamente um mês que abriu, foi construído aproveitando a estrutura de uma antiga madereira cercada por um rio, com deck, cachoeira, ponte, roda de moinho, tinha até um açude dentro do hotel no pavimento a baixo. Tem tantos detalhes na paisagem e na decoração que, a cada momento eu enchergava algo novo. Como chegamos cedo, aproveitamos o hotel, na parte do restaurante e recepção, ficamos lendo, escutando música, conversando, tirando fotos e observando os inúmeros detalhes do local. Ah! O Isac achou um piano e nos brindou com algumas músicas.
Nós, “os seis” ficamos instalados numa parte separada do hotel, o Celeiro. Uma casa só para nós, muito confortável e no estilo rústico também. O restante do grupo, no caso, o Dudi e o Isac, optaram em ficar nos quartos individuais embaixo do restaurante e a Solange se perdeu de nós e foi para o hotel que todos os outros ciclistas ficaram. Assim, nós tivemos o privilégio de ficarmos, só o nosso grupo, em um hotel.
O dono do hotel, um senhor alemão filho do dono da madereira, o Sr.Horst, nos contou sobre a história do local, sobre a reforma que fez para a transformação neste indescritível hotel. Contou também sobre os filhos, que o mais novo vai ajudá-lo a cuidar do hotel.
De noite jantamos, entre outras coisas deliciosas, uma carpa capim assada, suco de amora, pêssego em calda... tudo produzido e feito pelo Sr.Horst. Ah! E a cerveja foi servida por um dos mestres cervejeiros da Brahma (o Sr.Horst).
Concluindo este dia, valeu a pena o sacrifício de pedalar sob a chuva e sobre a lama hoje, pela oportunidade de conhecer este local magnífico, novas pessoas e suas histórias.
19/02/2010 – Sexta-feira (Alto Cedros - Palmeiras)
Tomamos um delicioso café da manhã às 8 horas no hotel Lindner Hof, com direito a suco de amora, bolo de milho, pão caseiro, granola, iogurte... O tempo estava nublado e chuviscando, e a chuva foi engrossando. Por isso, depois do café, ficamos conversando com o dono do hotel e acabamos saindo às 10:30h, com uma chuva leve, pois o primeiro PC fechava às 11horas, foi uma pauleira, chegamos no PC às 11:04 quase fechando.
Meleca total denovo (...), muita lama mesmo. Uma lama amarela que parecia que tinha cola, grudava muito na bike, contaminando a relação e outras partes, tornando difícil este trecho, pois parecia que a bicicleta tinha dobrado de peso! E, sobe e desce, sendo que até a descida era devagar, minha média de hoje 10,4 Km/h nos 42Km do trajeto do dia. O grupo separou bastante hoje, andamos em dupla. Apesar da chuva, que deu uma trégua e saiu um sol de leve, levei uma tostada nos braços, impressionante!
Chegamos ao hotel Faustino, não lembro a hora, no meio da tarde. Ritual novamente, lavar as bikes, as roupas... Sobre o hotel, este é o pior de todos, sem dúvida, além do banheiro coletivo, era tudo sujo, até os lençóis pareciam ser usados, não tinha lençol de cima, somente uma coberta que pesava uns 100 Kg e o colchão permitia sentir as ripas da cama. Para completar, tinha um bar embaixo do hotel que, pelo jeito, era o “point” da cidade. Chegava carro e gente bêbada toda hora, na madrugada 2:30 acordamos com uns loucos gritando e com música alta ao redor do hotel, incomodando!
Jantamos cedo, no hotel, a comida até que era boa. Depois fomos dar uma voltinha, olhamos uma represa que ficava atrás do hotel e como começou a chover de novo, voltamos, e ficamos bebendo e conversando no “boteco” do hotel.
Hoje estou me sentindo um pouco desanimada, grande parte atribuo ao mal tempo e outra à pressão psicológica do acúmulo dos dias. Espero que venha um sol amanhã para melhorar o ânimo de todos!
20/02/2010 – Sábado (Palmeiras - Timbó)
Último dia acordei psicologicamente desanimada. Saímos (“os quatro”) numa correria, fugindo do hotel horroroso! Para ajudar, erramos o trajeto no início, fizemos 8 Km a mais, quando acertamos o caminho nos juntamos com o Xyco e o César.
Mas, fui serenando aos poucos, pois o dia estava bonito, com sol. E, acabou dando um ótimo pedal para fechar com chave de ouro.
O trajeto foi um pouco maior que somado ao erro do início fechou 62,5 Km, fiz média de 14,5 Km/h. Passamos pela pior subida de todo o circuito, onde TODOS tivemos que empurrar as bikes, pois além de muitíssimo íngreme, havia muitas pedras soltas e erosões na estrada. Após esta subida fortíssima e o sol rachando na cabeça tivemos uma recompensa, um rio onde nos banhamos por um bom tempo. Logo após seguindo o trecho do dia tivemos descidas violentas para compensar mais ainda, freando eu atingi 30 a 40 Km/h. Ah! E não tinha como descer sem frear, pois a chance de se arrebentar nas curvas com a alta velocidade que atingiria seria grande.
O PC final foi no Tapyoca em Timbó, muito recompensador chegar ao final dos sete dias. Passaporte completo com todos os carimbos! Ganhamos certificado e tudo! De acordo com o Guilherme a distância total percorrida foi de 345,43 Km e 27h03min pedalando com média de 12,8Km/h.
No hotel, o mesmo do início (Timbó Park Hotel), como chegamos cedo (“os quatro”), aproveitamos a piscina e observamos toda ao movimentação do final do circuito.
Ficamos somente “os quatro” posando no hotel, o resto do nosso grupo foi embora no mesmo dia. Jantamos no hotel, um filé de Tilápia grelhada muito boa e depois fomos dar uma caminhada para “baixar a comida”. E amanhã voltaremos de manhã para Passo Fundo, para a “vida normal”.
Visão Geral
O Circuito Vale Europeu foi para mim uma experiência que ficará para a perpetuidade. Viajar 7 dias de bicicleta, com certeza não é para qualquer um, muito menos para quaisquer dois e melhor ainda para quaisquer 9 (o grupo de Passo Fundo que completou todo o trajeto); indo mais longe não é para quaisquer quase 40 (os valentes participantes dos 7 dias sem carro de apoio).
Particularmente, me surpreendi com a parte física, achei que eu cansaria bem mais com o fator cumulativos de tantos dias. Mas, penso que alguns cuidados e medidas contribuíram para isto: boa alimentação – nunca comi tanto e nem tantas vezes quanto nestes 7 dias, janta todas as noites, café da manhã dos hotéis reforçado, banana e maçã dos PCs, além do que nós levamos (sanduíches, gel de carboidrato, supino, etc...); outra questão foi a velocidade baixa, já que era ciclo turismo, sem pressa e parando bastante para aproveitar as belezas e recursos da natureza.
Neste último aspecto, não pode ser esquecido que a beleza da paisagem dá um ânimo para pedalar e nos faz parar muitas vezes para registrar.
Ah! E falando nisso encontramos um senhor de 72 anos que pedalou neste circuito, o Sr.Manuel de Guaíra-PR. Já fez várias aventuras de bike, incluindo o caminho de Santiago, além de maratonas. Almejo ser bem ativa quando eu for mais velha também! Serviu de exemplo para mim, vejo como superação dos limites do corpo e muita boa vontade.
Também tinham algumas mulheres pedalando sozinhas, digo, sem parcerias prévias. Muito corajosas e aventureiras! Mas, vejo como uma boa oportunidade para novas amizades.
O que senti falta nesta viagem, foi do meu “kit” cosméticos, não levei vários componentes para reduzir peso. Que saudade!!
Sou grata a todo o grupo pela experiência e companhia proporcionadas, e em particular ao Guilherme, que além de parceiro direto para tudo, levou a minha bagagem. Como valorizei a força que é nata do sexo masculino!
Finalizando, ficou em mim, e foi comentado no grupo e mais restritamente entre nós (“os dois”) em repetir este circuito e realizar o Circuito Costa Verde & Mar já no próximo ou neste ano.
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Dani,
ResponderExcluirParabéns por teres completado o percurso de sete dias, isso faz muito bem para a auto estima.
Muitos parabéns pelo teu relato que está transcrito aqui no Blog, é um diário registros muito legais.
Parabéns,
abraços,
Lorenzini