Serra do Corvo Branco

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

DICAS DE PEDAL




Ola Galera



Dia destes sai com minha estradeira(speed), e vejam o que aconteceu.
O estradeiro geralmente tem dois ou três lugares aonde ele anda regularmente. Os outros lugares são de uso esporádico. Os motivos são vários, um deles é que o biker precisa de uma referencia para se avaliar e auto estimular. Ou ele anda em grupo, que é o melhor, pois ai você pode competir, usar vácuo, grudar na roda de alguém e tentar ficar ali, indo muitas vezes no limite da sua capacidade física, fazendo os pulmões parecerem que querem sair pela boca, a parte frontal da coxa arder, parecendo que queima o músculo, tudo esta no Maximo."Este é o treino".
Para andar em grupo você tem que se ajustar aos horários do grupo, estar na hora exata no local da largada. Este para mim é o que me leva andar sozinho, saio a hora que gosto, que perco menos serviço, que acho que não faço falta.
Quando você anda sozinho, você perde esta competividade e ai relaxa, por isto é importante pedalar em um mesmo lugar .
Quando pedalamos em um mesmo lugar podemos avaliar nosso desempenho, cada dia que passamos pelo mesmo trecho, vamos avaliando a média que estamos andando, sabemos quando e como forçar para melhorar nosso condicionamento, e sentimos nosso desempenho metro a metro. Desta forma eu consigo me sentir bem. Depois do esforço inicial, com o acido latico indo embora, a endorfina atuando o desempenho melhora, e ai você começa a sentir crescer o desempenho, pedalamos mais forte, parece que vai ficando mais fácil e a vontade de ir mais e mais rápido vai tomando conta da gente.

Eu tenho dois regulares, um, é a estrada que vai para Erechim, mais especificamente vou até coxilha, RS 153, mais segura com bom acostamento, gosto de ir para la geralmente com outro colega, vou sozinho também, mas prefiro estar com alguém. Dentre os motivos ele é um trecho linear, qualquer problema e estamos longe de Passo Fundo,se precisar de um socorro a distancia que a pessoa que vai me socorrer é maior . Coxilha esta a uns vinte e poucos quilômetros daqui, ida e volta leva em torno de uma hora e meia. Ele é quase longo para mim. Eu geralmente seguro um pouco o ritmo, pois às vezes na empolgação forço demais no inicio, e depois levo mais tempo para me sentir bem.
Isto me desmotiva para tentar andar no meu limite, É difícil andar forte, quando o trecho é longo.

O menor, é que ando há mais tempo, é o que gosto mais. Ele circunda Passo Fundo, estou sempre perto de casa, se precisar socorro estou perto.
Este trecho menor faz com que eu ande mais forte, pois sendo menor, levo uma hora para completar, e sei que posso ir rápido, pois as minhas forças são suficientes para completar esta volta relativamente inteiro ainda. Ele me da um preparo bom sem risco de lesões, quanto mais longo o trecho, maior a possibilidade de uma lesão.
Os dois trechos saem na mesma direção.
Eu moro na Uruguai, com Tiradentes, na esquina do Hospital da Cidade. Saio de casa,atravesso a praça e vou até a avenida, pego a esquerda e subo a Petrópolis, na speed, quando estou em boa forma consigo ir no prato menor e terceira das pinhas maiores para as menores, até a metade da subida, passando para a segunda na metade da subida indo assim até o topo.
Quando estou menos condicionado é o prato menor e a pinha com o maior numero de dentes, e assim mesmo chego la encima super ofegante.
Tento ganhar velocidade rápido até o trevo, dobro em direção a UPF, na Policia Rodoviária tento ganhar velocidade e desço agachado, prato maior, pinha menor e chego a 60 km/h, passo a entrada do Distrito Industrial que fica a esquerda, e vou rápido até o inicio da ponte sobre os trilhos, ali estou lento, prato menor e novamente as pinhas refletem o preparo, bem nas menores, ruim nas maiores.
Passo a Embrapa e descida novamente, desço até a entrada da AABB, e novamente subo, ali tem Semeato a esquerda, Azambuja e Postal à direita, subida forte novamente, tudo reduzido, fico de pé um bom tempo, tentando manter velocidade para não cair a média.
Aqui já começo a cuidar a média, isto me motiva a pedalar mais forte, as vezes um pequeno esforço e tiro a bike dos vinte e poucos por hora , para vinte e tantos, mais de trinta, e assim que procuro andar rápido. O meu relógio, Cateye strada, tem dois sensores, um na roda, outro no pedal, consigo controlar a cadencia de pedalada, já notei que ando melhor de 75 a 85 rotações de pedaladas por minuto. Ali forço um pouco para manter giro na subida, e ando rápido sem forçar no plano ou descidas.
Passo o Zachia, rápido, as vezes consigo acompanhar algum caminhão um tempo após passarmos o quebra mola. Este trecho é bem plano até chegar perto da estação de tratamento de desejos da Corsan na esquerda, ali tem uma subida tipo as anteriores, pequena descida , e subo novamente em direção ao trevo e logo após posto Carga Pesada.
De pé vou forçando até chegar ao posto, se estou bem consigo ficar acima da média até o trevo que vai em direção a P.Fundo, Carazinho, Lagoa Bonita.
Contorno o trevo fazendo força para subir de novo, la encima , tento ganhar velocidade para descer em direção a Gran Palazo.
Bom ai volto ao inicio... dia destes, estou descendo em direção a Gran Palazzo, e este pedaço é o de maior velocidade, estava mais perto dos 70 km/k do que dos 60 km/h, na metade da descida, estava encima daquela faixa branca , que marca o fim da pista e inicio do acostamento, ali é a parte mais rápida, asfalto liso, com a tinta fica mais liso ainda , tento me manter o mais aerodinamicamente deitado e vejo subindo um biker na contra mão, bem na faixa branca, vindo em minha direção, subindo. Pela roupa, capacete, luvas, bike, cores e ritmo me da uma certa tranqüilidade, é um ciclista experiente penso eu. Na metade desta descida, em curva, estou perto dos 70 km/h, me aproximo rápido do cara vindo em sentido contrario ao meu, e para minha surpresa o cara continua na faixa branca, mais perto já começo a me levantar sabendo que vou perder velocidade, o sinal de alerta me avisa que devo ficar numa posição mais defensiva e confortável para tomar alguma atitude, quando começo a perceber um tom desafiador no ciclista que esta na contramão, ele deu a entender que ali iria permanecer , eu apesar de saber que estou na mão certa, que ali é o meu lugar vejo o perigo, reconheço o biker, não pedala conosco, mais uma fração de tempo e senti que aquilo podia dar errado, a partir dali, se eu puxo para o acostamento e ele também poderia a nos levar a bater de frente, meus conhecimentos, dizem que eu tinha que permanecer ali, e então o outro puxa para o acostamento e nos cruzamos mais rápido que um piscar de olhos.
Sigo meu caminho tentando continuar concentrado, passo Italac, desço até um clube que tem ali e começa as subidas, Cassino Motel, Posto (aonde vamos a Pulador), quebra mola, nova descida, ali tento dar um pegada na média, que já caiu bastante devida todas estas subidas, e novamente uma bela subida até o trevo, PF-POA. Entro a esquerda e venho em direção ao centro pelo Boqueirão, tento ir rápido, apesar dos sobes e desces da Avenida que parece ser plano mas não é. Sinaleiras , pedestres, carros e sigo pela Avenida , até dobrar Tiradentes, hospital , casa.
Bom achei legal tentar transmitir um pedal de speed, pois muitos de nós nunca andou, somente com as MTBs.
Mas esta volta me fez ver a necessidade de dar umas dicas de como devemos andar na cidade, na estrada, no grupo (pelotão) , de dia , de noite.

Uma das dicas principais é manter-se sempre atento
> Respeitar as leis de trânsito. Ao furar um sinal vermelho voce atrapalha o carro que esta na sua hora, portanto conduza a bicicleta como você dirige o carro;

> Manter sempre uma velocidade segura. Não pedale colado atrás dos veículos. Esteja sempre pronto para frear e cuidado com o chão liso;

> Usar farolzinho, lanternas, sinalização refletiva, espelho e campainha. É lei (Art. 105 – VI CTB);

> Dar preferência às roupas claras e usar capacete. A cabeça representa 90% das fatalidades em mortes;

> Prefira as ciclo faixas e ciclovias. Se não for possível, pedale sempre à direita;

> Siga o fluxo do trânsito, jamais na contramão. Ande em linha reta, sem fazer ziguezague. Pedale defensivamente, perceba as intenções do motorista e fique atento aos veículos;
> Não ande muito próximo aos carros estacionados, cuide se o carro esta estacionando, ou se tem gente dentro, pois ele pode abrir a porta.
> Quando quiser dobrar ou mudar de faixa sinalize estendendo o braço em direção ao lado que quer ir.
> Respeite o pedestre. É proibido por lei andar nas calçadas. Vá devagar próximo aos pedestres e tenha cuidado com crianças brincando. Use campainha. Pare antes da faixa se houver pedestre atravessando. (Art. 214 CTB). Se for atravessar pela faixa, desmonte;
> Nos estradões e estradas secundaria:
>Permaneça a direita, em uma curva ao ser surpreendido com o automóvel , e este por sua vez, ao ver uma bike em sua frente, pode desviar para o lado errado e ai ...
> Se for parar, principalmente em descidas veja se não vem ninguém atras, e va parando devagar.
> Andar na contra mão parece ser seguro pois você vê o carro vindo, mas se é uma fila, os outros podem a qualquer momento querer parar , encostar, e ai o acidente de dois veículos indo em direção contraria é muito mais perigoso.
> Andar na mão certa, se você esta rápido da muito mais tempo para o carro frear, a velocidade da colisão será muito menor, vocês estão no mesmo sentido isto é muito mais seguro.


> Evite pedalar lado a lado com outra bicicleta. Use o bom senso, prefira conversar pedalando em ruas não movimentadas;

> Verifique pneus e freios antes de sair. Faça manutenção periódica e leve ferramentas básicas;

> Levar sempre junto uma garrafinha de água para manter a hidratação.
> A noite fique o mais iluminado possivel.
> Quando sair em grupo NÃO GRITE , NEM FAÇA ALGAZARRA, O NOSSO PEDAL É PARA RESPEITAR OS MORADORES DA REGIÃO ONDE ESTAMOS ANDANDO.

Pedale com segurança e seja feliz.
Texto Xyko Longhi

2 comentários:

  1. Grande Xyko!
    Matéria ótima! É sempre bom refrescar a memória para as regras de um bom e seguro pedal!
    Valeu!
    Espero que muitos leiam (inclusive alguns que pedalam aos sábados).
    Gostei mesmo!
    Abraços,
    Lorenzini
    P.s.: também tenho feito esse caminho ( de MB é claro). É legal não fosse o trânsito intenso.

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  2. Muito bem seu xyko, nada como um biker experiente. Teu relato me fez lembrar algumas vezes que fiz sozinho a perimetral na minha T-Type, nessa época ainda não pedalava com a turma e, mesmo agora de vez em quanto ainda gosto de pedalar sozinho. Esse relato agussou ainda mais minha vontade de adiquirir uma speed. Nos cruzamos nas pedaladas por aí, só espero que não com esse estresse do magrão na contra mão. Valeu! Miguel

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