Serra do Corvo Branco

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Serra do Corvo Branco

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DISTRAIDO?

Quando vi a placa “Pedágio a 1 km” me surpreendi, ia retornar com 25 km rodados, no posto Pampa, é um marco pelo aspecto do abandono, parece uma paisagem dos filmes apocalípticos, aonde quase nada esta inteiro. O posto esta junto a uma antena de telefonia, só a antena bem no alto da colina, já seria um marco, mas dois!
Mas eu não vi, passei reto, a placa do pedágio que eu vi, esta a dez quilômetros depois.
Estava rodando na BR 285, sentido Passo Fundo Carazinho. Tem sido meu local preferido de pedalar nos últimos tempos, já fiz muito Passo Fundo – Ernestina, bom acostamento, estrada arborizada, paisagem agradável, tinha um cachorro que me ajudava numa subida, quase nunca falhou, na volta eu reservava um gás para enfrenta-lo, ele parecia decidido, dai nunca dei mole, mas é trecho com bastante sobe e desce que torna o pedal meio sofrido.
Depois comecei a ir até Mato Castelhano, fizeram um novo asfalto, mas o acostamento ficou o velho. Então em certos trechos, a camada que foi retirada do asfalto velho, foi espalhada pelo acostamento, e ali o chão ficou fofo,intransitável para a Speed,(estradeira),se precisar transitar pelo acostamento, fica, digamos perigoso. Coisa de Brasil.
Tentei ir para Marau, fui um domingo de manhã, me encantei, aquilo é estrada para bike, sinuosa, sem altos e baixos, e minifúndio, casas e local acolhedor, mas o movimento não, percebi isto quando fui um domingo à tarde. Fim.
Coxilha, sim, vou seguido, tem um sobe e desce razoável, é um pedal mais exigente, fica legal depois do pedágio, é um trecho rápido, passando do trevo da entrada para Tapejara, segue em frente até Verdes Mares, para isto tem que ter mais no mínimo mais meia hora disponível, vale a pena, são bons momentos.
Mais de 60 % das vezes que pedalo, faço o meu circuito, 28 km uma hora, uma e pouco estou em casa. Já contei uma volta ali. Veja aqui. Mas passar do lugar aonde eu retornaria, decidido e mentalizado antes de sair de casa, do marco duplo(posto e antena), foi muito estranho.
Procurei entender os motivos.
Talvez porque estava adorando andar na média superior a 30 km/h, quase 31.Para manter média de 30 km/h uma boa parte da distancia tem que se andar a mais de 45~50 km/h. carros não passam tão rápidos, eu estou rápido, é uma sensação gostosa, de muita liberdade. É uma velocidade exata, nem rápida como uma moto, mas nem tão lento como correr a pé. Da para sentir uma capacidade de locomover-se muito grande, sem energia externa, é eu mesmo, comigo e a bike, no momento certo parece que a bike tem energia própria, não parece que estou pedalando . A paisagem pode ser observada, sem ficar monótona.
Talvez porque hoje temos uma tecnologia embarcada, tudo para andar bem, o velocímetro, a média , a cadência, e o batimento cardíaco. Uma ciência, saber usar o corpo e a bike, tirando o máximo de resultado mecânico, com o menor desgaste. É um esporte, aonde eu faço com prazer.
Será por que me senti tão integrado com o meio, cheguei a andar mais de 5 km me comunicando com um Caracará ? Eu dava uns assovios , e ela respondia com uns pios, eu não sei se ela me acompanhava, ou estava sendo empurrada pelo mesmo vento, que me empurrava a 31 km de média.
Talvez as músicas, sim sou movido a musica desde criança, sei as musicas de Cauby Peixoto, que eram as musicas que meu pai escutava, até The Who, Led Zepellin, Genesis, Queen. Com o tempo incorporei , Link Park, Nickelback, Audioslave, Poison, Radiohead. Até que dei um basta, troquei tudo, este som estava muito pesado, e entrei num mundo mais pop, David Gueta, Mastodon, Saliva, The Damnwells, Cut copy. Com musicas mais melodiosas, melhorei bastante, e voltei a pedalar totalmente envolvido.
Ou seria porque eu adoro pedalar, e juntando tudo isto eu poderia andar o dia inteiro?
E já pensou a soma de tudo isto, num dia gostoso, à tardinha, tendo quase quatro horas para pedalar. Bom nestas alturas fui até a praça do pedágio, pequena parada, tomar uma agua gelada, reabastecer e etc.
Na volta o vento agora era uma barreira, mas estava tudo bom, até furar o pneu, numa lombada, vinha a 57 km/h e tive que ir para o acostamento, pois vinha veiculo nos dois sentidos, ai não faço sinais pedindo que carros e caminhões , me deixem no asfalto e peguem a outra pista para me ultrapassar, foi quase um estouro, vi sair debaixo do pneu uma pequena nuvem de talco.
Foi mais ou menos tranquilo, pneu traseiro na reta, é só dar uma segurada nos dois freios e parei legal. Pior quando é na roda da frente, eu já furei um tentando ficar entre a faixa branca, que tem no limite direito do asfalto, e a rampinha que desce até o acostamento, vinha vindo dois carros, bem na hora que o primeiro começa a me ultrapassar, pou, senti na hora o barulho do aro pegando no asfalto. Ali a sorte não pode estar descansando, se não estiver junto, podemos ganhar um asfalto.
Já cai umas duas vezes de speed no asfalto.
A primeira vez, tinha começado a chover, estava fazendo meu circuito ao contrario, para passar a ponte, depois do Gran Pallazo, lá encima, fui sair do acostamento e “subir” no asfalto, e a roda dianteira escorregou, devagar subindo, poucos arranhões.
A segunda perto do motel cassino, subindo de volta para casa, e uma moto, com uma barra atravessada, amarrada, na traseira da moto, me bate no braço e , subida, poucos arranhões e etc...
Pneu trocado, e volto a pedalar o vento da uma acalmada, o que permite que eu venha sonhando com o amanhã para dar mais uma volta.
No dia seguinte voltei para o quartinho das bikes, e olho para minha speed, e digo.
- Achei a peça do cambio no ebay, já comprei, logo vamos para estrada de novo.
Ela já esta a mais de trinta dias parada, esta sentindo falta, logo vamos deslizar de novo.

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