Ola Galera
O texto abaixo foi enviado pelo Fabio, é muito interessante, principalmente para os que compram uma bike e querem fazer trilhas, este texto é altamente recomendavel antes de partir para as trilhas.
Texto: Marcelo Maciel
Sempre que encontro um amigo ou cliente pelas trilhas e competições afora, sou abordado para dar sugestões e esclarecer dúvidas sobreo nosso esporte e a bicicleta. Reuni aqui as respostas a algumas das perguntas mais comuns que me fazem para facilitar a vida dos praticantes de mountain bike.Se sua dúvida não está nesta lista ou se você quiser se aprofundar, não deixe de nos procurar (http://pedalnanoite.blogspot.com/).
1 – Esta bicicleta é do meu tamanho?
Bicicletas são como roupas e sapatos; elas tem tamanho. É de extrema importância usar uma bicicleta apropriada ao comprimento de suas pernas, tronco e braços, bem como adequada ao seu estilo de pedalar. Para ilustrar, imagine-se subindo uma trilha íngreme à pé ou correndo no parque calçando sapatos sociais dois números maiores que seu pés. Ruim, não?
Para se ter uma noção da adequação de uma quadro ao seu tamanho, fique de pé com os dois pés no chão com a bicicleta entre suas pernas e o selim próximo às suas costas e meça a distância do seu cavalo (seu entrepernas) ao tubo superior da bicicleta. Para mountain bikes essa distância deve ser em torno de 9 cm e, para bicicletas de estrada, cerca de 6 cm. Isso é apenas uma avaliação inicial e deve ser vista com ressalvas, mas uma medida muito diferente da explicada indica um tamanho inapropriado. Esse método é valido para desenhos de quadro com o tubo superior na posição tradicional. Se esse não for o caso, estime onde estaria este tubo caso o desenhoda bicicleta fosse o tradicional e calcule a distância.
Além do tamanho do quadro da bicicleta, o mais importante e popular, há diferentes medidas em alguns dos componentes. Guidão, suporte de guidão e pedivela vêm em tamanhos diversos e devem ser escolhidos com critério, bem como o posicionamento do selim. Procure um profissional qualificado para avaliar sua bicicleta e para posicioná-lo corretamente nela. Você vai pedalar certamente melhor e preservar sua saúde.
2 – Minha bicicleta é novinha e a corrente quebrou. Por quê?
A causa mais comum de uma corrente quebrada é a troca de marcha inadequada. É muito freqüente encontrar pessoas trocando de marchas enquanto aplicam uma força enorme no pedal e isso é errado. O exemplo que melhor ilustra essa situação é um ciclista inexperiente em uma descida seguida de uma subida repentina. Ele vem descendo em uma marcha pesada e de repente se vê em uma subida dura tendo que trocar várias marchas e pedalar forte ao mesmo tempo para vencer a inclinação. Ele certamente ouvirá um série de estalos altos vindos da corrente e, muito provavelmente, terá sua corrente quebrada.
Correntes são elementos projetados para trabalhar sob forte tensão na sua direção longitudinal. As tensões laterais que elas suportam, entretanto, são pequenas. Isso significa dizer que, enquanto você estiver numa mesma marcha, não há força que você possa fazer para arrebentá-la. Porém, durante a troca de marcha, uma pressão um pouco mais descuidada nos pedais pode abri-la com incrível facilidade.
Preste muita atenção nas trocas de marcha, principalmente nas subidas. Procure fazer uma pequena força extra para impulsionar a bike ANTES da mudança de marcha, e NÃO DURANTE a troca. Vai ser uma grande economia de tempo e de dores de cabeça.
3 – Que ferramentas e sobressalentes devo levar comigo em uma pedalada?
Procure ser subsistente. Mesmo pedalando em grupo, existe a chance de você se separar e ter que se virar sozinho.
Leve bomba, câmara de ar (lembre-se que a válvula tem que ser compatível com o aro de sua roda), kit de remendo e espátulas para consertar furos no pneu, canivete multifunção (com chaves Allen, phillips, boca e fenda), chave de corrente e gancheira reserva, se sua bike usa gancheira removível. Nos percursos mais longos e com chance de pegar chuva ou lama, leve também óleo lubrificante, uma pequena escova e um trapo. E não esqueça o mais importante: o conhecimento para poder usar o que você carregou. Esse você adquire em cursos de mecânica de emergência e com a experiência. Não deixe isso em casa!
4 – Com que freqüência devo revisar minha bike?
O que determina a freqüência de manutenção na bicicleta é a condição a que ela é submetida. A piores condições são a chuva intensa e a lama ou a areia. Ao pedalar nestas condições é aconselhável fazer uma visita à oficina na primeira oportunidade. Este também é o caso se você notou algum comportamento estranho ou ruído inesperado ao pedalar. Por outro lado, se sua bike é bem mantida e você só pedala em tempo seco, veja o seu mecânico a cada 200 km de terra ou 400 km de asfalto. E se você domina a manutenção básica (limpeza e lubrificação da transmissão, limpeza das sapatas de freio, esticamento de cabos de freio e reapertos) você provavelmente só precisará de serviços especializados a cada 400 kmsem pavimento ou 800 km com ele.
É importante manter os pneus sempre calibrados uma vez que eles perdem pressão naturalmente pelos microscópicos poros da borracha. Verifique isso toda vez que for sair de casa.
As suspensões e freios a disco são peças que merecem uma atenção especial. Leia seus manuais de uso para saber suas necessidades específicas de manutenção e procure segui-las. Na hora de comprar um equipamento destes, certifique-se de que há uma empresa séria que represente a marca no Brasil e que ofereça garantia e assistência técnica.
5 – Qual a melhor bicicleta de mountain bike que existe?
É aquela mais adequada ao uso que você vai fazer dela (x-country, aventura, freeride, downhill, competição, passeio), ao seu tamanho e ao seu bolso.
Existem dezenas de marcas idôneas e de qualidade no mercado mundial e todas disponibilizam vários modelos para os diferentes usos e bolsos. Algumas delas são Specialized, Ralley, Merida, Caloi, Volare , Trek, Fuji, Konn Giant, KHS, Cannondale, Bianchi e Fisher,Scott, entre outras.
Por outro lado existem vários produtos que impressionam visualmente e que são inúteis ou sem qualidade. Um exemplo são bikes muito baratas equipadas com freios a disco e amortecedores dianteiro e traseiro. Chamam a atenção dos desavisados mas acabam surpreendendo mais por sua falta de qualidade. Simplesmente não funcionam e não duram.
6 – Que pressão devo usar nos pneus?
A pressão nos pneus é determinada em função do pneu escolhido, do peso do ciclista, do seu estilo de pilotagem, da existência de amortecedores na bike e do tipo de terreno enfrentado. Por isso a ordem aqui é experimentar. Com exceção dos pisos de areia solta (tipo praia) não use menos do que 35 psi. Não passe também do limite máximo impresso no pneu, normalmente 70 ou 80 psi. Entre estes valores, experimente. Normalmente se usa pressão igual nos dois pneus ou até 3 psi menos no traseiro para garantir uma boa tração nas subidas. Tenha uma bomba e um calibrador e faça experiências para escolher o que é melhor para você, atentando para as seguintes linhas de pensamento:
Menos pressão:
* Pode facilitar a transposição de certos trechos de areia fofa e lama.
* Deixa a bike mais grudada no chão, melhorando a aderência nas curvas.
* Deixa a bike mais confortável e macia, principalmente quando não se usam amortecedores.
* Usada em pneus sem câmara.
* Em exagero pode ser a causa de furos no pneu. Se isso acontecer, analise a câmara de ar. Um furo duplo, como uma mordida de cobra, indica pressão baixa demais.
Mais pressão:
* No pneu traseiro pode atrapalhar a tração nas subidas. A roda patina com facilidade.
* Diminui drasticamente a resistência ao avanço. Pode ser um bom recurso em provas sem trechos técnicos que demandem aderência e amortecimento.
* Adequada para quem usa pneus mais estreitos.
* Aconselhável para ciclistas pesados.
* Evita furos.
7 – Onde encontro bons lugares para pedalar?
É muito comum pessoas comprarem excelentes bicicletas e não saberem aonde ir para usá-las. Procure pessoas que pedalam juntas. Na Pedal Power, nas academias e assessorias esportivas sempre se formam grupos que organizam passeios, viagens e treinos. Não tenha receio de estar fora de forma porque sempre há alguém na mesma condição que você. Certifique-se entretanto de que há pessoas no seu nível de preparo que saibam bem o caminho e se junte a elas. É uma experiência muito frustrante ser deixado para trás num lugar desconhecido, assim como sair para pedalar e ter que esperar demais por pessoas muito mais lentas que você.
Nas lojas especializadas há guias impressos com os percursos da região (como o Guia de Trilhas do Guilherme Cavallari, com 25 opções próximas a São Paulo), revistas (como a Bike Action) e você sempre consegue dicas dos funcionários, sócios e de outros clientes. Procure se informar também se há pessoas que oferecem serviços de guia. Às vezes, pagar para pedalar soa estranho, mas este tipo desuporte vale a pena para quem quer conhecer um lugar novo com tranqüilidade!
Não deixa também de conferir o calendário das competições. Há provas para todos os níveis e competir com um bom espírito esportivo é uma experiência estimulante e agradável. A Internet e as lojas do ramo são as melhores maneiras de pesquisar estas datas.
8 – Vale a pena usar pedais de encaixe tipo SPD e sapatilhas?
Com toda a certeza em 90% das situações. São raros os casos nos quais não se vale a pena escolher essa opção. As sapatilhas tem solas rígidas que transferem com maior eficiência a força do seus pés para os pedais, não tem cadarços que se soltam e que podem se enroscar em partes da bike e normalmente são feitas de forma a secar com facilidade. Em conjunto com os pedais de encaixe, possibilitam pedalar inclusive puxando os mesmos para cima, técnica útil em algumas situações encontradas no mountain bike, e mantém seus pés firmes no lugar para enfrentar obstáculos com mais segurança.
O maior receio das pessoas é de que os pés fiquem presos à bicicleta e o tombo seja inevitável. Soltar as sapatilhas dos pedais é extremamente fácil e, com um pouco de prática, quase infalível. Ao estrear um conjunto desses, reserve 15 minutos em um terreno plano e sem perigos para você encaixar e desencaixar seus pés quantas vezes puder para se acostumar.
A opção por sapatilhas e pedais de encaixe só não é a melhor em trechos nos quais pedalar é impraticável e empurrar a bicicleta é a saída, principalmente se isso durar muito. Há situações como essa em certas corridas de aventura. Dependendo do percurso e das condiçõesde tempo, deixe a sua sapatilha em casa e use o seu tênis.
9 – O câmbio desregula com facilidade?
A bicicleta moderna é uma máquina maravilhosa pois é extremamente simples e eficiente. Devido à sua simplicidade mecânica, qualquer pequeno desajuste pode ser sentido por quem a pilota.
Um câmbio de boa qualidade não perde sua regulagem com facilidade, desde que seja bem cuidado. Os fatores mais comuns de desajuste são:desalinhamento da gancheira, laceamento de cabos e perda de lubrificação.
A gancheira é a parte do quadro onde o câmbio traseiro é fixado. Alinhá-la é uma tarefa para profissionais e seu alinhamento é fundamental para o bom funcionamento das marchas. É uma peça relativamente frágil e pode entortar com facilidade se não estiver protegida. A situação mais crítica é o transporte da bicicleta dentro de um veículo, principalmente quando a sua roda traseira é removida. Qualquer força lateral aplicada ao câmbio traseiro pode comprometer o seu alinhamento e arruinar seu funcionamento. Um tombo ou o impacto de um galho ou pedra também são perigos comuns. Evite bater ou apoiarqualquer coisa no câmbio traseiro de sua bike.
O acionamento dos câmbios de uma bicicleta é feito através de cabos de aço. Quando um cabo novo é instalado em sua bike, ele está sujeito a um esticamento ou laceamento natural que ocorre nas primeiras trocas de marcha. Usualmente, duas ou três trilhas são suficientes para que esse processo se encerre mas, enquanto isso acontece, seu câmbio pode desregular. Peça para o seu mecânico estressaros cabos novos de sua bike para minimizar a chance deles lacearem.
A lubrificação correta de uma bicicleta garante um funcionamento macio e silencioso. Lubrificação em excesso ou desnecessária atrai sujeira e é um fator de desgaste prematuro. Água e lama são os piores inimigos dos lubrificantes usados em sua bike e devem ser evitados ao máximo. Se não há saída para evitar esses males e isso é muito comum em pedaladas longas e corridas de aventura. Tenha um pequeno tubo de óleo especial para bicicletas à mão para relubrificar a corrente e talvez os cabos conforme necessário. Não deixe de consultar seu mecânico sobre a maneira correta de aplicá-lo.
10 – O que é chain suck?
Chain suck é uma expressão em inglês. Chain significa corrente e suck pode ser traduzido por sugada. O resultado, corrente sugada, descreve um sintoma que muitas bicicletas apresentam, normalmente de forma esporádica, no qual a corrente é sugada pelas coroas se encavalando no meio delas e, muitas vezes, entre elas e o quadro. A conseqüência disso pode ser custosa e extremamente desagradável, destruindo câmbios, corrente, coroas, até mesmo o quadro da bicicleta, e deixando o ciclista à pé.
A melhor maneira de evitar os dissabores de um chain suck é pedalar de uma maneira suave e com atenção – e isso não impede ninguém de andar rápido, forte e competitivamente. Troque de marchas com suavidade e, ao menor sinal resistência à continuidade da pedalada, pare de pedalar, analise as causas e tente soluções. A condição de chuva, transposição de cursos d’água e lama ou areia é a mais favorável a ocorrências de chain suck. Nestes casos perde-se a lubrificação da corrente pela ação da água e a lama funciona como uma cola, contribuindo para que a corrente grude nas coroas.
Ao perceber um chain suck nessas condições, esteja preparado para limpar, secar e relubrificar a corrente de sua bicicleta. Se isso não resolver tente isolar o problema descobrindo em qual combinação de marchas ele está ocorrendo e evitando a mesma. Muitas vezes tem que se deixar de usar uma coroa. Isso pode ser chato, mas é bem mais inteligente que incorrer em prejuízos desnecessários e empurrar a bicicleta com as suas peças destruídas até o fim do percurso.
O chain suck é um sintoma e descobrir a sua causa pode ser um processo longo e incerto que só vale a pena se ele acontece com freqüência. Procure uma oficina especializada e honesta para ajudá-lo e prepare-se para ter paciência. Deve-se estudar principalmente a compatibilidade da corrente com as coroas e às vezes a substituição destas peças se faz necessária.
O texto abaixo foi enviado pelo Fabio, é muito interessante, principalmente para os que compram uma bike e querem fazer trilhas, este texto é altamente recomendavel antes de partir para as trilhas.
Texto: Marcelo Maciel
Sempre que encontro um amigo ou cliente pelas trilhas e competições afora, sou abordado para dar sugestões e esclarecer dúvidas sobreo nosso esporte e a bicicleta. Reuni aqui as respostas a algumas das perguntas mais comuns que me fazem para facilitar a vida dos praticantes de mountain bike.Se sua dúvida não está nesta lista ou se você quiser se aprofundar, não deixe de nos procurar (http://pedalnanoite.blogspot.com/).
1 – Esta bicicleta é do meu tamanho?
Bicicletas são como roupas e sapatos; elas tem tamanho. É de extrema importância usar uma bicicleta apropriada ao comprimento de suas pernas, tronco e braços, bem como adequada ao seu estilo de pedalar. Para ilustrar, imagine-se subindo uma trilha íngreme à pé ou correndo no parque calçando sapatos sociais dois números maiores que seu pés. Ruim, não?
Para se ter uma noção da adequação de uma quadro ao seu tamanho, fique de pé com os dois pés no chão com a bicicleta entre suas pernas e o selim próximo às suas costas e meça a distância do seu cavalo (seu entrepernas) ao tubo superior da bicicleta. Para mountain bikes essa distância deve ser em torno de 9 cm e, para bicicletas de estrada, cerca de 6 cm. Isso é apenas uma avaliação inicial e deve ser vista com ressalvas, mas uma medida muito diferente da explicada indica um tamanho inapropriado. Esse método é valido para desenhos de quadro com o tubo superior na posição tradicional. Se esse não for o caso, estime onde estaria este tubo caso o desenhoda bicicleta fosse o tradicional e calcule a distância.
Além do tamanho do quadro da bicicleta, o mais importante e popular, há diferentes medidas em alguns dos componentes. Guidão, suporte de guidão e pedivela vêm em tamanhos diversos e devem ser escolhidos com critério, bem como o posicionamento do selim. Procure um profissional qualificado para avaliar sua bicicleta e para posicioná-lo corretamente nela. Você vai pedalar certamente melhor e preservar sua saúde.
2 – Minha bicicleta é novinha e a corrente quebrou. Por quê?
A causa mais comum de uma corrente quebrada é a troca de marcha inadequada. É muito freqüente encontrar pessoas trocando de marchas enquanto aplicam uma força enorme no pedal e isso é errado. O exemplo que melhor ilustra essa situação é um ciclista inexperiente em uma descida seguida de uma subida repentina. Ele vem descendo em uma marcha pesada e de repente se vê em uma subida dura tendo que trocar várias marchas e pedalar forte ao mesmo tempo para vencer a inclinação. Ele certamente ouvirá um série de estalos altos vindos da corrente e, muito provavelmente, terá sua corrente quebrada.
Correntes são elementos projetados para trabalhar sob forte tensão na sua direção longitudinal. As tensões laterais que elas suportam, entretanto, são pequenas. Isso significa dizer que, enquanto você estiver numa mesma marcha, não há força que você possa fazer para arrebentá-la. Porém, durante a troca de marcha, uma pressão um pouco mais descuidada nos pedais pode abri-la com incrível facilidade.
Preste muita atenção nas trocas de marcha, principalmente nas subidas. Procure fazer uma pequena força extra para impulsionar a bike ANTES da mudança de marcha, e NÃO DURANTE a troca. Vai ser uma grande economia de tempo e de dores de cabeça.
3 – Que ferramentas e sobressalentes devo levar comigo em uma pedalada?
Procure ser subsistente. Mesmo pedalando em grupo, existe a chance de você se separar e ter que se virar sozinho.
Leve bomba, câmara de ar (lembre-se que a válvula tem que ser compatível com o aro de sua roda), kit de remendo e espátulas para consertar furos no pneu, canivete multifunção (com chaves Allen, phillips, boca e fenda), chave de corrente e gancheira reserva, se sua bike usa gancheira removível. Nos percursos mais longos e com chance de pegar chuva ou lama, leve também óleo lubrificante, uma pequena escova e um trapo. E não esqueça o mais importante: o conhecimento para poder usar o que você carregou. Esse você adquire em cursos de mecânica de emergência e com a experiência. Não deixe isso em casa!
4 – Com que freqüência devo revisar minha bike?
O que determina a freqüência de manutenção na bicicleta é a condição a que ela é submetida. A piores condições são a chuva intensa e a lama ou a areia. Ao pedalar nestas condições é aconselhável fazer uma visita à oficina na primeira oportunidade. Este também é o caso se você notou algum comportamento estranho ou ruído inesperado ao pedalar. Por outro lado, se sua bike é bem mantida e você só pedala em tempo seco, veja o seu mecânico a cada 200 km de terra ou 400 km de asfalto. E se você domina a manutenção básica (limpeza e lubrificação da transmissão, limpeza das sapatas de freio, esticamento de cabos de freio e reapertos) você provavelmente só precisará de serviços especializados a cada 400 kmsem pavimento ou 800 km com ele.
É importante manter os pneus sempre calibrados uma vez que eles perdem pressão naturalmente pelos microscópicos poros da borracha. Verifique isso toda vez que for sair de casa.
As suspensões e freios a disco são peças que merecem uma atenção especial. Leia seus manuais de uso para saber suas necessidades específicas de manutenção e procure segui-las. Na hora de comprar um equipamento destes, certifique-se de que há uma empresa séria que represente a marca no Brasil e que ofereça garantia e assistência técnica.
5 – Qual a melhor bicicleta de mountain bike que existe?
É aquela mais adequada ao uso que você vai fazer dela (x-country, aventura, freeride, downhill, competição, passeio), ao seu tamanho e ao seu bolso.
Existem dezenas de marcas idôneas e de qualidade no mercado mundial e todas disponibilizam vários modelos para os diferentes usos e bolsos. Algumas delas são Specialized, Ralley, Merida, Caloi, Volare , Trek, Fuji, Konn Giant, KHS, Cannondale, Bianchi e Fisher,Scott, entre outras.
Por outro lado existem vários produtos que impressionam visualmente e que são inúteis ou sem qualidade. Um exemplo são bikes muito baratas equipadas com freios a disco e amortecedores dianteiro e traseiro. Chamam a atenção dos desavisados mas acabam surpreendendo mais por sua falta de qualidade. Simplesmente não funcionam e não duram.
6 – Que pressão devo usar nos pneus?
A pressão nos pneus é determinada em função do pneu escolhido, do peso do ciclista, do seu estilo de pilotagem, da existência de amortecedores na bike e do tipo de terreno enfrentado. Por isso a ordem aqui é experimentar. Com exceção dos pisos de areia solta (tipo praia) não use menos do que 35 psi. Não passe também do limite máximo impresso no pneu, normalmente 70 ou 80 psi. Entre estes valores, experimente. Normalmente se usa pressão igual nos dois pneus ou até 3 psi menos no traseiro para garantir uma boa tração nas subidas. Tenha uma bomba e um calibrador e faça experiências para escolher o que é melhor para você, atentando para as seguintes linhas de pensamento:
Menos pressão:
* Pode facilitar a transposição de certos trechos de areia fofa e lama.
* Deixa a bike mais grudada no chão, melhorando a aderência nas curvas.
* Deixa a bike mais confortável e macia, principalmente quando não se usam amortecedores.
* Usada em pneus sem câmara.
* Em exagero pode ser a causa de furos no pneu. Se isso acontecer, analise a câmara de ar. Um furo duplo, como uma mordida de cobra, indica pressão baixa demais.
Mais pressão:
* No pneu traseiro pode atrapalhar a tração nas subidas. A roda patina com facilidade.
* Diminui drasticamente a resistência ao avanço. Pode ser um bom recurso em provas sem trechos técnicos que demandem aderência e amortecimento.
* Adequada para quem usa pneus mais estreitos.
* Aconselhável para ciclistas pesados.
* Evita furos.
7 – Onde encontro bons lugares para pedalar?
É muito comum pessoas comprarem excelentes bicicletas e não saberem aonde ir para usá-las. Procure pessoas que pedalam juntas. Na Pedal Power, nas academias e assessorias esportivas sempre se formam grupos que organizam passeios, viagens e treinos. Não tenha receio de estar fora de forma porque sempre há alguém na mesma condição que você. Certifique-se entretanto de que há pessoas no seu nível de preparo que saibam bem o caminho e se junte a elas. É uma experiência muito frustrante ser deixado para trás num lugar desconhecido, assim como sair para pedalar e ter que esperar demais por pessoas muito mais lentas que você.
Nas lojas especializadas há guias impressos com os percursos da região (como o Guia de Trilhas do Guilherme Cavallari, com 25 opções próximas a São Paulo), revistas (como a Bike Action) e você sempre consegue dicas dos funcionários, sócios e de outros clientes. Procure se informar também se há pessoas que oferecem serviços de guia. Às vezes, pagar para pedalar soa estranho, mas este tipo desuporte vale a pena para quem quer conhecer um lugar novo com tranqüilidade!
Não deixa também de conferir o calendário das competições. Há provas para todos os níveis e competir com um bom espírito esportivo é uma experiência estimulante e agradável. A Internet e as lojas do ramo são as melhores maneiras de pesquisar estas datas.
8 – Vale a pena usar pedais de encaixe tipo SPD e sapatilhas?
Com toda a certeza em 90% das situações. São raros os casos nos quais não se vale a pena escolher essa opção. As sapatilhas tem solas rígidas que transferem com maior eficiência a força do seus pés para os pedais, não tem cadarços que se soltam e que podem se enroscar em partes da bike e normalmente são feitas de forma a secar com facilidade. Em conjunto com os pedais de encaixe, possibilitam pedalar inclusive puxando os mesmos para cima, técnica útil em algumas situações encontradas no mountain bike, e mantém seus pés firmes no lugar para enfrentar obstáculos com mais segurança.
O maior receio das pessoas é de que os pés fiquem presos à bicicleta e o tombo seja inevitável. Soltar as sapatilhas dos pedais é extremamente fácil e, com um pouco de prática, quase infalível. Ao estrear um conjunto desses, reserve 15 minutos em um terreno plano e sem perigos para você encaixar e desencaixar seus pés quantas vezes puder para se acostumar.
A opção por sapatilhas e pedais de encaixe só não é a melhor em trechos nos quais pedalar é impraticável e empurrar a bicicleta é a saída, principalmente se isso durar muito. Há situações como essa em certas corridas de aventura. Dependendo do percurso e das condiçõesde tempo, deixe a sua sapatilha em casa e use o seu tênis.
9 – O câmbio desregula com facilidade?
A bicicleta moderna é uma máquina maravilhosa pois é extremamente simples e eficiente. Devido à sua simplicidade mecânica, qualquer pequeno desajuste pode ser sentido por quem a pilota.
Um câmbio de boa qualidade não perde sua regulagem com facilidade, desde que seja bem cuidado. Os fatores mais comuns de desajuste são:desalinhamento da gancheira, laceamento de cabos e perda de lubrificação.
A gancheira é a parte do quadro onde o câmbio traseiro é fixado. Alinhá-la é uma tarefa para profissionais e seu alinhamento é fundamental para o bom funcionamento das marchas. É uma peça relativamente frágil e pode entortar com facilidade se não estiver protegida. A situação mais crítica é o transporte da bicicleta dentro de um veículo, principalmente quando a sua roda traseira é removida. Qualquer força lateral aplicada ao câmbio traseiro pode comprometer o seu alinhamento e arruinar seu funcionamento. Um tombo ou o impacto de um galho ou pedra também são perigos comuns. Evite bater ou apoiarqualquer coisa no câmbio traseiro de sua bike.
O acionamento dos câmbios de uma bicicleta é feito através de cabos de aço. Quando um cabo novo é instalado em sua bike, ele está sujeito a um esticamento ou laceamento natural que ocorre nas primeiras trocas de marcha. Usualmente, duas ou três trilhas são suficientes para que esse processo se encerre mas, enquanto isso acontece, seu câmbio pode desregular. Peça para o seu mecânico estressaros cabos novos de sua bike para minimizar a chance deles lacearem.
A lubrificação correta de uma bicicleta garante um funcionamento macio e silencioso. Lubrificação em excesso ou desnecessária atrai sujeira e é um fator de desgaste prematuro. Água e lama são os piores inimigos dos lubrificantes usados em sua bike e devem ser evitados ao máximo. Se não há saída para evitar esses males e isso é muito comum em pedaladas longas e corridas de aventura. Tenha um pequeno tubo de óleo especial para bicicletas à mão para relubrificar a corrente e talvez os cabos conforme necessário. Não deixe de consultar seu mecânico sobre a maneira correta de aplicá-lo.
10 – O que é chain suck?
Chain suck é uma expressão em inglês. Chain significa corrente e suck pode ser traduzido por sugada. O resultado, corrente sugada, descreve um sintoma que muitas bicicletas apresentam, normalmente de forma esporádica, no qual a corrente é sugada pelas coroas se encavalando no meio delas e, muitas vezes, entre elas e o quadro. A conseqüência disso pode ser custosa e extremamente desagradável, destruindo câmbios, corrente, coroas, até mesmo o quadro da bicicleta, e deixando o ciclista à pé.
A melhor maneira de evitar os dissabores de um chain suck é pedalar de uma maneira suave e com atenção – e isso não impede ninguém de andar rápido, forte e competitivamente. Troque de marchas com suavidade e, ao menor sinal resistência à continuidade da pedalada, pare de pedalar, analise as causas e tente soluções. A condição de chuva, transposição de cursos d’água e lama ou areia é a mais favorável a ocorrências de chain suck. Nestes casos perde-se a lubrificação da corrente pela ação da água e a lama funciona como uma cola, contribuindo para que a corrente grude nas coroas.
Ao perceber um chain suck nessas condições, esteja preparado para limpar, secar e relubrificar a corrente de sua bicicleta. Se isso não resolver tente isolar o problema descobrindo em qual combinação de marchas ele está ocorrendo e evitando a mesma. Muitas vezes tem que se deixar de usar uma coroa. Isso pode ser chato, mas é bem mais inteligente que incorrer em prejuízos desnecessários e empurrar a bicicleta com as suas peças destruídas até o fim do percurso.
O chain suck é um sintoma e descobrir a sua causa pode ser um processo longo e incerto que só vale a pena se ele acontece com freqüência. Procure uma oficina especializada e honesta para ajudá-lo e prepare-se para ter paciência. Deve-se estudar principalmente a compatibilidade da corrente com as coroas e às vezes a substituição destas peças se faz necessária.
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